s homens que pretendem planejar o tamanho da própria família com o uso da vasectomia já podem respirar aliviados: ao contrário dos temores populares, a cirurgia esterilizadora não prejudica a vida sexual masculina. Uma pesquisa realizada por médicos do Hospital das Clínicas de São Paulo mostrou que, na maioria dos pacientes, o desejo sexual e a satisfação dos homens até aumenta após a cirurgia.
"É um resultado importante para combater
a falta de informação que existe em torno da vasectomia", declarou ao
G1 o urologista Jorge Hallak, que orientou o estudo, realizado como
dissertação de mestrado por um de seus alunos.
Para Hallak, a vasectomia pode ser um
elemento valioso no novo programa de planejamento familiar anunciado
recentemente pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão. Hallak elogia o
plano de Temporão para aumentar o acesso a técnicas de planejamento
familiar, mas diz que uma disseminação mais ampla da vasectomia ajudaria
a tirar o fardo de adotar os procedimentos dos ombros das mulheres.
Uma das grandes barreiras a vencer é,
como quase sempre, a da educação. "Muitos pacientes perguntam 'Doutor,
será que vou ficar impotente? Será que vou deixar de ejacular', quando
não há risco disso", esclarece o urologista. Para confirmar esse dado,
os pesquisadores usaram um questionário validado internacionalmente para
entender como a operação afetou a vida sexual dos pacientes.
"Trata-se de um índice internacional de
função erétil, que mede coisas como a libido, a capacidade de ereção, a
ejaculação e a satisfação sexual do paciente", explica Hallak. O
resultado foi "amplamente favorável", segundo o urologista dos Hospital
das Clínicas. Foram comparadas as respostas antes da vasectomia, três
meses depois dela e seis meses depois dela. Dois terços dos pacientes
relataram que tanto seu desejo quanto sua satisfação sexual aumentaram
na vida pós-vasectomia.
Depois de conversas com os homens
operados, Hallak atribui isso a um efeito de relaxamento psicológico que
a técnica de controle da natalidade trouxe. "É algo que tira a
preocupação do ato sexual", afirma o urologista. Ele lembra também que a
ejaculação continua a ser idêntica, uma vez que os espermatozóides
correspondem a apenas 5% do volume emitido no orgasmo masculino.
Dependendo da técnica utilizada, a
vasectomia é um dos métodos mais seguros de planejamento familiar. Nela,
os canais deferentes, que levam os espermatozóides até o fluido
seminal, são removidos ou cortados e fechados. Em menos de 0,1% dos
casos de cirurgias bem-feitas, ocorre a chamada recanalização, na qual
microcanais voltam a levar uma pequena fração de espermatozóides para o
esperma. O processo é um fenômeno natural do organismo.
Hallak alerta, no entanto, que é preciso
seguir os bons princípios de técnica cirúrgica para que a vasectomia
seja um sucesso. A cirurgia é simples, mas exige um certo grau de
especialização, e é preferível que seja realizada apenas por urologistas
ou cirurgiões com bastante prática. Do contrário, complicações afetando
os testículos podem aparecer.
FONTE: http://www.f7noticias.com.br
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